Tokenização: o que é e como essa tendência impacta o universo dos investimentos?

| 8 min de leitura
imagens de tokens represetados por moedas digitais

Tokenização é transformar um bem ou direito em uma versão digital, chamada de ‘token’, que pode ser usada e negociada em sistemas baseados em uma rede de blockchain.

Nos últimos anos, o mundo financeiro tem sido movimentado por uma revolução silenciosa e poderosa: a tokenização.

Esse termo, que antes era conhecido principalmente por especialistas em tecnologia e criptomoedas, ganha cada vez mais destaque nos círculos de investimento.

A tokenização está se estabelecendo como uma tendência que promete redefinir fundamentalmente a forma como investimos, negociamos e interagimos com ativos financeiros. 

Neste artigo, vamos explorar o conceito desse termo, seu rápido crescimento e, mais importante, o impacto que ele está causando no universo de investimentos. 

Desde imóveis e obras de arte até ações e títulos, a tokenização está abrindo novas portas para investidores, democratizando o acesso a ativos antes inacessíveis e transformando o panorama financeiro global. 

Vamos ver como a tokenização de ativos está moldando o futuro dos investimentos. Pronto?

O que é tokenização?

Tokenização é o processo de digitalização e fragmentação de um ativo em diversas porções digitais usando o banco de dados blockchain

Essa transformação dá origem a um token, a representação digital deste ativo, seja ele dinheiro, um direito ou uma propriedade. Ao criar pequenas frações,é possível negociá-lo de maneira prática, segura e democrática.

Existem duas categorias de ativos: real e digital. Os reais representam imóveis, obras de arte, metais preciosos, artigos colecionáveis e commodities agrícolas. 

Já os digitais podem ser direitos autorais, ações, cotas de fundo de investimento, cotas de consórcio, criptomoedas, participação societária e marcas registradas.

Com a tokenização imobiliária, por exemplo, você pode comprar parte de um apartamento tokenizado e receber um aluguel proporcional às frações digitais adquiridas.

Por meio desse processo, também é possível fragmentar diferentes ativos intangíveis em milhares de partes. 

Dessa forma, um investidor pode tokenizar um bitcoin para negociar a preços baixos, possibilitando que ele se torne mais acessível ao público.

Podemos comparar o processo de tokenização à aquisição de ações de uma empresa. Assim como temos ações físicas tradicionalmente representadas por certificados, existem também ações digitais que representam uma participação ou direito em uma empresa ou ativo. 

Essa tecnologia está revolucionando o mercado financeiro, pois além de reduzir o número de intermediários, integra ativos reais com a web 3.0, a nova internet descentralizada.

a imagem tem um fundo roxo e mostra metade de um celular. Nele, está aberto o aplicativo PeerBR. Do lado direito há a frase: “Diversofique sua carteira com ativos alternativos”. Embaixo da frase há o botão: “Abrir conta grátis”

Como funciona o processo de tokenização?

Agora que você sabe o que é tokenização, é o momento de descobrir como funciona esse processo. Ele é dividido em 4 etapas, veja quais são elas:

Estruturação do token

A primeira etapa do processo de tokenização consiste na análise do ativo a ser tokenizado. A ideia é verificar sua existência e ver se ele atende determinadas condições.

Se tudo estiver certo, vai ocorrer a elaboração do contrato jurídico para estabelecer os direitos do proprietário do token.

Emissão de tokens

Na segunda etapa começa a criação dos smart contracts. Eles são sistemas de contratos utilizados para formalizar acordos autoexecutáveis — o que significa que são programados para executar ou se impor automaticamente quando certas condições pré-definidas são atendidas.

Tudo ocorre dentro de uma plataforma criptografada e segura chamada blockchain, dentro da rede ethereum.

Listagem e distribuição

É nessa terceira etapa que acontecerá a oferta pública dos tokens na plataforma para que os investidores possam adquiri-los. 

Quando isso acontecer, eles vão passar a ter direitos sobre os resultados que os ativos gerarem.

Governança

A última etapa do processo de tokenização é a governança. Ela é fundamental para os investidores, pois, uma vez que adquirem os tokens, eles têm direito aos seus resultados. Logo, é preciso acompanhar o possível retorno dos seus investimentos.

Qual o objetivo da tokenização?

O objetivo da tokenização é proporcionar transações mais seguras e rápidas para qualquer tipo de ativo, seja ele tangível, algo que pode ser fisicamente tocado, ou intangível, como direitos, recebíveis e royalties.

Por exemplo, um prédio comercial avaliado em R$10 milhões foi dividido em 100.000 tokens de R$100 cada. 

Assim, cada token equivale a 0,00001% da propriedade. Se, no futuro, o prédio for vendido por R$20 milhões, o valor de cada token dobraria para R$200, garantindo um retorno para quem o possui.

Principais tipos de tokens

Como existem diversas possibilidades de tokenização, os tokens são classificados em categorias que variam conforme suas funcionalidades e uso. Entre os principais tipos disponíveis no mercado, destacam-se:

Security tokens

São ativos comercializáveis, tais como ações, dívidas, obrigações e garantias, que proporcionam retornos aos investidores por meio de dividendos, taxas de juros e participações nos lucros de empresas ou projetos.

Se enquadram na categoria de valores mobiliários e, por isso, estão sujeitos às regulamentações e leis que orientam o mercado financeiro.

Utility tokens

São ativos que proporcionam reduções de preço em determinados produtos ou entrada a serviços privilegiados. Eles servem, principalmente, como chaves de acesso a certos ecossistemas.

Certos tokens de utilidade também conferem poder de governança, permitindo aos detentores participar nas decisões relacionadas aos projetos.

Payment tokens

São tokens utilizados para pagamentos, atuando como versões digitais do dinheiro, ou seja, são criptomoedas. Bitcoin, Ethereum e stablecoins são alguns exemplos.

Essas criptomoedas servem essencialmente como meios de pagamento, reservas de valor e facilitadores de transferências.

NFT (non-fungible tokens)

Os NFTs são registros digitais de posse de determinado bem, seja ele real ou virtual. Esses tokens podem ser itens colecionáveis, imóveis e personagens de jogos, por exemplo.

É um ativo digital exclusivo, ou seja, que não pode ser substituído por outro similar sem perda de valor. Pode conter um arquivo, link, imagem digitalizada ou texto — seu valor está na rastreabilidade.

Equity tokens

Semelhantes às ações tradicionais de empresas, esses tokens se destacam por estarem registrados na blockchain.

Quem detém esses tokens tem direito a uma parcela dos lucros e pode votar em decisões cruciais da empresa. Eles são vistos como investimentos alternativos, ativos cujo valor flutua de acordo com suas especificidades.

Tokens x Criptomoedas

Tanto os tokens quanto as criptomoedas são ativos digitais que operam com a tecnologia blockchain. Toda criptomoeda é um token, nem todo token é uma criptomoeda. 

Enquanto a criptomoeda é uma representação digital de valor na blockchain, os tokens podem ter variados propósitos que superam o simples conceito de moeda criptografada.

Veja na tabela abaixo as principais diferenças:

TokenCriptomoeda
ObjetivoAcesso a sistemas ou direitos específicosReserva e meio de troca descentralizado
Função como moeda digitalUsado ocasionalmente como moedaAtua principalmente como moeda, com usos adicionais

Como a tokenização transformou o mercado financeiro e de cripto?

A tokenização possibilitou a modernização do mercado de investimentos como um todo. Afinal, ela tornou as operações mais rápidas, já que não precisa da intermediação de terceiros. 

Também democratizou o acesso aos pequenos investidores devido aos valores mais acessíveis dos tokens.

Além disso, esse processo simplifica procedimentos, pois permite que os investidores negociem ativos entre si. Mais um aspecto de modernização trazido por ela foram novas alternativas de ativos, já que diversos bens físicos podem ser digitalizados e negociados.

Quais as vantagens da tokenização?

Este procedimento oferece benefícios tanto para os portadores dos ativos quanto para os investidores.

Para os titulares de ativos:

  • Aumento da liquidez e potencialização do volume de negociações: a tokenização possibilita que ativos anteriormente ilíquidos se tornem mais facilmente negociáveis. Isso pode abrir novos mercados e atrair mais investidores interessados;
  • Facilitação na conversão rápida e justa de ativos de elevado valor em dinheiro: ativos de alto valor, como imóveis ou obras de arte, podem ser difíceis de liquidar rapidamente. A tokenização simplifica este processo, permitindo vendas mais rápidas e a preços mais justos;
  • Menor desconto na venda de ativos valiosos, como precatórios: em mercados limitados, vendedores muitas vezes têm que aceitar preços abaixo do valor de face. A tokenização diversifica o mercado, potencialmente reduzindo esses descontos;
  • Acesso a um mercado mais diversificado: ao transformar ativos em tokens, é possível atrair um leque mais amplo de investidores, desde pequenos a grandes, nacionais e internacionais.

Para os investidores:

  • Oportunidade de acessar ativos de alto rendimento: a tokenização torna mais acessíveis ativos de alta performance que antes eram proibitivos para o investidor médio devido ao seu alto valor de entrada;
  • Aquisição de ativos antes restritos: tradicionalmente, certos ativos eram reservados para entidades com alto poder aquisitivo. Esse processo acaba democratizando esse acesso;
  • Diversificação de portfólio: isso permite que os investidores adicionem uma variedade de ativos ao seu portfólio, ajudando na diversificação e potencialmente mitigando riscos.

Quais os riscos da tokenização?

Além das vantagens, existem riscos envolvidos nesse processo — e eles devem ser considerados. 

É importante saber que investir em tokens representa um ativo alternativo. Isso significa que o investidor precisa se atentar às características da modalidade e do próprio investimento.

Por exemplo, é válido se atentar ao risco de mercado, que está relacionado ao comportamento da economia e dos próprios investidores.

Ele pode resultar nas mudanças dos preços dos ativos de maneira brusca. Logo, uma notícia pode elevar o preço de um ativo rapidamente ou puxá-lo para baixo da mesma forma.

Já o risco de crédito nos investimentos se refere à possibilidade de perdas devido à incapacidade de honrar com o compromisso assumido.

Ou seja, uma das partes envolvidas pode deixar de pagar por um ativo ao recebê-lo, deixando outra no prejuízo.

Ainda, há o risco de liquidez, definido pela dificuldade de transformar um ativo em dinheiro no futuro. 

Normalmente, isso acontece devido à baixa procura, fazendo com que o investidor tenha dificuldades de se desfazer do bem no mercado no momento em que deseja.

Por fim, para mitigar esses riscos, uma solução é buscar por investimentos alternativos em plataformas seguras e confiáveis. Assim, os riscos da tokenização tendem a ser diluídos — aumentando a possibilidade de bons resultados a partir desses aportes.

A imagem tem um fundo roxo e mostra 5 pilhas de moedas em ordem crescente da esquerda para direita. Do lado esquerdo da imagem há a frase: “Aproveite os melhores ativos com as maiores rentabilidades e segurança do mercado

Tudo pronto para investir em ativos tokenizados?

Agora você já sabe o que é tokenização e como funciona esse processo, além de entender as vantagens e riscos relacionados a ele.

Caso decida investir nas alternativas disponíveis, lembre-se de analisar seu perfil de investidor e seus objetivos, além de contar com uma fintech especializada!

No PeerBR você pode investir em ativos alternativos tokenizados. Comece sua jornada de investidor. Abra sua conta grátis!

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